MOURINHO DA CULTURA

Sunday, August 24, 2008


'Os livros são feitos de tempo.
Temos de ler, ver filmes, amar alguém
ou alguma coisa, viajar,
quem sabe encontrar as nossas personagens...e,
acima de tudo esperar.'

Ana Teresa Pereira, escritora
em entrevista JL, 13~26 de Agosto

MENSAGEM DO DIA


Amigo! Deus tarda, mas não falha!

Sunday, August 17, 2008

AS CIDADES CRIATIVAS DE AFRICALLS?




África não é só guerra, fome, miséria, doença e mortalidade infantil. O terceiro maior continente do mundo, recheado das maiores riquezas do subsolo e paradoxalmente o mais pobre, é talvez e ao mesmo tempo o mais rico em diversidade, cor, imagem, fascínio, arte e contemporaneidade. A vitalidade desta cultura africana em desenvolvimento, marcada pelo cosmopolitismo de alguns jovens criadores, entre eles um moçambicano e um angolano, os tons daquilo que se pode chamar a descoberta das ‘cidades criativas’ do imenso e contrastado continente, tais como Luanda e Maputo — que nos são particularmente próximas pela sua lusofonia — estão bem representadas em Africalls?, um projecto artístico, inaugurado na Expo de Saragoça e que entretanto está na Casa África de Las Palmas, na Gran Canária, até finais de Setembro. No centro de Africalls? está uma extraordinária exposição fotográfica, resultado de fotogramas de uma série de sete curta-metragens de 20’, que correspondem a sete histórias de cinco artistas africanos (Lolo Velenko, África do Sul; Mamadou Gomis, Senegal; Nástio Mosquito, Angola; Jorge Dias, Moçambique; Myriam Mihindou, Marrocos) e de dois interessantes projectos colectivos de desenvolvimento artístico (a revista Kwani, do Kenia e o centro de arte contemporânea Doual’Art, Camarões) respectivamente, que abordam o dia-a-dia de sete cidades africanas (Cidade do Cabo, Dakar, Luanda, Maputo, Rabat, Nairobi e Doual). Africalls? foi organizado pela Casa África e produzido pela We Are Here Films de Barcelona, está disponível em livro-DVD, — que felizmente me chegou às mãos depois de ter visto a exposição -— um magnífico album que acompanha esta exposição itinerante que é bem provável que chegue a Portugal.

Tuesday, August 05, 2008

AS PALAVRAS SÃO COMO AS CEREJAS…



A tua voz apazigua a minha alma e fazem de mim um homem bom, diz o Rei Shariar a Sherazade em As Mil e uma Noites, a maravilhosa narrativa clássica de histórias das arábias que na sua maioria dão força às palavras (ou as cerejas) como um doce e suave sabor contra o ódio e o fanatismo que se vai espalhando pelo Mundo.
Esforçando-se para ter a atenção e o afecto do seu esposo e senhor, Sherazade vai-lhe contando histórias intermináveis até ao amanhecer, ao mesmo tempo que lhe vai pondo delicadamente cerejas na boca, conseguindo durante mil e uma noites entretê-lo e adiar a sua própria execução, até que passados esse quase três anos o sanguinário monarca, que tinha um imenso ódio às mulheres por ter sido enganado pela sua anterior esposa, perdoa-lhe a vida e começa com ela uma lua-de-mel que dura para sempre. A descoberta do poder das palavras e do amor é razão de uma das histórias mais românticas da literatura universal, que curiosamente dá significado à expressão: a conversa é como as cerejas, que muito poucos conhecem a origem.
Um momento: Mario Vargas Llosa, escritor e Aitana Sánchez-Gijón, actriz, juntos em palco em As Mil uma Noites, num espectáculo de teatro, adaptado pelo autor, que abriu los Veranos de la Villa de Madrid.

Web Pages referring to this page
Link to this page and get a link back!