ÓPERA, CINEMA, FUTEBOL E PIPOCAS
Numa altura de grande crise de espectadores nas salas de cinema, com o Euro 2008 a acentuar a tendência, talvez seja o momento de exibidores e distribuidores diversificarem a programação, procurando conteúdos alternativos aos filmes: futebol, ópera, concertos de rock, séries de televisão ou videojogos, espectáculos que por vezes também poderiam passar para o grande ecrã e para o escurinho do cinema.
As tecnologias de difusão caseiras, aliadas à grande crise económica que vai mexendo com os nossos bolsos, tem sido a responsável por uma grande quebra das receitas e de espectadores nas salas de cinema. Assim, e olhando para o mercado, podem perfilar-se novas formas de desfrutar um espectáculo, isto é, numa nova dimensão, algo que pode abrir caminhos para resistir à recessão e ser uma boa oportunidade de negócio para os exibidores e distribuidores de conteúdos.
De certo modo até funciona com o rock e com filmes como Shine a Light, de Martin Scorcese sobre os Rollings Stones. Na prática trata-se do registo de um concerto rodado ao vivo tal como o dos U2 projectado em 3D. Mas poder-se-ia também projectar ou transmitir determinados espectáculos ao vivo como Rock in Rio, Optimus Alive, Super Bock, ou mesmo determinados grupos, nas salas de cinema, isto para os mais comodistas e que não gostam de ir para o meio da barafunda. A reprogramação das grandes séries de televisão nas salas seria certamente um grande êxito tal como, por exemplo, o sucesso da versão- filme de Sexo e a Cidade.
O caso da ópera também pode ser significativo. Mesmo não tendo conhecido um grande sucesso de espectadores, Das Marchen do compositor Emmanuel Nunes, uma obra contemporânea, pouco acessível, foi transmitida em directo para 14 cine-teatros portugueses, no passado dia 25 de Janeiro. As salas de cinema podem ser uma boa alternativa, já que toda a gente sabe que não é propriamente fácil encontrar bilhetes para uma récita no S. Carlos, além disso, é um local de culto que intimida alguns espectadores, mesmo aqueles que não gostam de comer pipocas na sala de cinema. A ópera não cola com as pipocas, mas pode ser uma oportunidade para muita gente que nunca foi sobretudo ao S. Carlos.
Quanto ao futebol, não há qualquer dúvida, se existem multidões que se juntam em Lisboa, na Alameda, ou nos restaurantes das Docas para desfrutar em conjunto das alegrias que até agora nos tem dado a Selecção Nacional, imaginem o que não seria se as excelentes salas de cinema, como as do El Corte Inglés, Campo Pequeno ou Zon Lusomundo Colombo / Vasco da Gama, aproveitassem o fresquinho do ar condicionado e passassem a transmissão da TVI em alta definição, com as devidas autorizações, como fazem habitualmente com a Noite dos Oscars.
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