AS CIDADES CRIATIVAS DE AFRICALLS?
África não é só guerra, fome, miséria, doença e mortalidade infantil. O terceiro maior continente do mundo, recheado das maiores riquezas do subsolo e paradoxalmente o mais pobre, é talvez e ao mesmo tempo o mais rico em diversidade, cor, imagem, fascínio, arte e contemporaneidade. A vitalidade desta cultura africana em desenvolvimento, marcada pelo cosmopolitismo de alguns jovens criadores, entre eles um moçambicano e um angolano, os tons daquilo que se pode chamar a descoberta das ‘cidades criativas’ do imenso e contrastado continente, tais como Luanda e Maputo — que nos são particularmente próximas pela sua lusofonia — estão bem representadas em Africalls?, um projecto artístico, inaugurado na Expo de Saragoça e que entretanto está na Casa África de Las Palmas, na Gran Canária, até finais de Setembro. No centro de Africalls? está uma extraordinária exposição fotográfica, resultado de fotogramas de uma série de sete curta-metragens de 20’, que correspondem a sete histórias de cinco artistas africanos (Lolo Velenko, África do Sul; Mamadou Gomis, Senegal; Nástio Mosquito, Angola; Jorge Dias, Moçambique; Myriam Mihindou, Marrocos) e de dois interessantes projectos colectivos de desenvolvimento artístico (a revista Kwani, do Kenia e o centro de arte contemporânea Doual’Art, Camarões) respectivamente, que abordam o dia-a-dia de sete cidades africanas (Cidade do Cabo, Dakar, Luanda, Maputo, Rabat, Nairobi e Doual). Africalls? foi organizado pela Casa África e produzido pela We Are Here Films de Barcelona, está disponível em livro-DVD, — que felizmente me chegou às mãos depois de ter visto a exposição -— um magnífico album que acompanha esta exposição itinerante que é bem provável que chegue a Portugal.
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