MOURINHO DA CULTURA

Monday, December 31, 2007

A MINHA (MELHOR) PRENDA DE NATAL



Um relógio Swatch Corto Maltese, com uma imagem do herói romântico de charme irresistível, que povoa o meu imaginário desde os tempos da revista Tintim, foi uma das minhas melhores prendas de Natal. Aventureiro dos mares, destruidor de corações ou um homem com o coração destruído, é um pouco de tudo isto que representa Corto Maltese, o herói mítico sem idade, nascido em Malta, filho de um marinheiro inglês e de uma cigana, com um toque de saudade, características que bem o poderiam tornar um português. São as suas origens que combinam com o seu gosto pelo mar e pelas dimensões espirituais e que fazem dele um homem de honra e de acção, às vezes também algo conflituoso. Fiquem com esta preciosidade que encontrei no Youtube, um inspirado tema de Sting para A Balada do Mar Salgado, também uma das melhores histórias de Hugo Pratt.

Saturday, December 22, 2007

JOHNNY DEPP SHOW WITH BABA ZULA

Wednesday, December 19, 2007

INSTAMBUL, A CIDADE DE RUMI

Instambul, cidade que foi em tempos uma antiga capital do mundo cristão, então chamada Constantinopla, comemorou há poucos dias com o Festival Seb-iArus, os 800º aniversário do nascimento do poeta Muhammad Yalal ud-Din Rumi. Figura proeminente do Islão, é considerado um dos mais relevantes e influentes filósofos da espiritualidade universal, inspirador ainda da ordem sufí e dos derviches giróvagos, célebres pela sua dança cósmica. O sufismo além de uma filosofia é uma forma mística de interpretação do islamismo, que dá grande ênfase à tolerância e ao amor. Da sua poesia e das sua filosofia do autoconhecimento, paz e amor, destacam-se ainda a beleza dos seus Poemas de Amor.

A MINHA AMADA

Sabei que a minha amada se esconde aos olhos de todos,
que está mais além da crença e de todas as crenças,
que é tão clara em meu coração como a Lua,
que é a vida do meu corpo e da minha alma.

In Poemas de Amor de Rumi

A CALL GIRL DO ‘DE UMA VEZ POR TODAS’



Ao rever Call Girl, de António-Pedro Vasconcelos, na antestreia, não me passou despercebida novamente a homenagem intencional a De Uma Vez Por Todas de Joaquim Leitão, — o realizador faz aliás uma ‘perninha’ como actor, logo na primeira cena de Call Girl —, com uma sequência a passar no LCD de casa da Maria (Soraia Chaves). De Uma Vez Por Todas, não foi, ao que me recorde, um grande sucesso de bilheteira, mas foi um filme que marcou uma época, a década de 80, em que o cinema português tentou uma forte aproximação do público, como aliás o próprio, O Lugar do Morto, de António-Pedro Vasconcelos, com histórias ‘à americana’, isto é intriga, actores (e não actores como Pedro Ayres de Magalhães e Vicky ou os jornalistas Ana Zanatti e Pedro Oliveira) conhecidos, personagens, sexo e bons diálogos. De Uma Vez Por Todas, lançado recentemente na Série Y (Parte III) com o Público, é uma história envolvente, e muito semelhante a Call Girl, já que em primeira instância, marcava a realidade cosmopolita lisboeta dos anos 80, além dos belíssimos contornos policiais e cuja a protagonista era uma sedutora call girl, que enfeitiçava Luis (Pedro Aires de Magalhães). Curiosamente a actriz principal chamava-se Vicky (como Soraia Chaves), o nome artístico da jovem modelo loura, que acabou por falecer, pouco depois da estreia De Uma Vez Por Todas, em circunstâncias pouco esclarecidas, um fait divers que até poderia dar argumento para um bom filme. A propósito, encontrei no You Tube este pequeno excerto, que é uma pequena maravilha de montagem em Adobe Premier, e com a música do Sinatra, para quem quiser lembrar-se do De Uma Vez Por Todas e se possível revê-lo, porque vale a pena!

Monday, December 17, 2007

Murakami Testplay: 100% Perfect...

Esta é uma pequena homenagem que encontrei no YouTube, a um dos meus escritores de eleição Haruki Murakami (além do Ohran Pamuk), trata-se de este pequeno filme chamado "On seeing the 100% perfect girl one beautiful april morning". A música é um tema lindíssimo da banda-sonora de Oldboy-Velho Amigo, da autoria do realizador coreano Park Chan-Wook, outro dos meus favoritos, dessa lufada de ar criativa que vem do oriente.

Friday, December 14, 2007

CALL GIRL, DE ANTÓNIO-PEDRO VASCONCELOS

Call Girl é uma aposta forte, de António-Pedro Vasconcelos, para novamente reconciliar o grande público com o cinema português, embora a estreia do filme esteja só prevista para o último fim de semana de Dezembro, uma data talvez pouco apropriada. Envolvente, sensual, Soraia Chaves brilha com a sua fotogenia e uma surpreendente capacidade de interpretação, muito mais do que somente pelos seus atributos físicos, que aparentemente tornaram O Crime do Padre Amaro um dos maiores sucessos de bilheteira do cinema português.



Call Girl, sem ser uma obra-prima, é um belo filme, que se inspira nos géneros clássicos de suspense e erotismo do cinema americano, mas que ao mesmo tempo procura contextualizá-lo na realidade nacional e tratando de questões que estão na ordem do dia: a corrupção política, a especulação imobiliária e a prostituição de luxo. Nicolau Breyner afirma-se mais uma vez como o maior (e mais solicitado) actor português do momento, ao lado do jovem Ivo Canelas, num papel brilhante, bem tarantinesco de um ‘judite’ rebelde, que quase cai nas teias da ‘mulher aranha’.





(TALVEZ) O MELHOR DIÁLOGO DO ANO DO CINEMA PORTUGUÊS

Vasco: Pensava que as putas não beijavam na boca.
Maria: Há sempre um cabrão que nos obrigam a fugir à regra.

Algo de negativo, como aliás na maioria dos filmes de APV, Call Girl também peca por uma meia-hora a mais de duração, com sequências que pouco interessam à história e fazem perder um pouco o ritmo à narrativa.

Curiosamente Call Girl é ainda aparentemente uma subtil homenagem (ou quase uma sequela) de De Uma Vez Por Todas, de Joaquim Leitão, (realizador que faz uma pequena aparição aqui como actor), um filme que marcou também uma época de tentativa de reconciliação do público com os filmes portugueses, aliás como O Lugar do Morto, de António-Pedro Vasconcelos. Ou seja uma história envolvente, com contornos policiais e eróticos, cuja a protagonista era uma sedutora call girl, que enfeitiçava Pedro Aires de Magalhães, e que na vida real se chamava Vicky, uma jovem modelo, então em ascensão que acabou por morrer pouco depois da estreia do filme, em circunstâncias pouco esclarecidas.




A evitar ainda, é o excesso de palavrões, que já começa a ser um lugar comum nos diálogos dos filmes portugueses, parecendo querer dar mais realismo às personagens, apenas pelo facto de elas insistirem na linguagem fácil.

TROPA DE ELITE, DE JOSÉ PADILHA

A grande surpresa da próxima Berlinale 2008, que se realiza entre 7 e 17 de Fevereiro próximos, é a escolha de Tropa de Elite, de José Padilha, o filme-sensação brasileiro que abriu o Festival de Cinema do Rio de Janeiro, em Setembro passado. Tropa de Elite é um filme em que a realidade e a ficção se esbatem, já que assenta num emocionante relato narrado por um dos protagonistas das forças especiais da Polícia do Rio de Janeiro (os BOPE), forças essas que combatem em duas frentes: o tráfico de droga nas favelas e, a corrupção dentro da própria polícia federal. A história vai desde a sua instrução militar dos policias às suas violentas acções armadas nas labírinticas ruas das favelas cariocas.




Tropa de Elite é o filme-acontecimento do ano, como já o fora Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Padilha alias rodeou-se de uma boa parte da equipa de Meirelles. A polícia federal fez várias tentativas através dos tribunais, para evitar a estreia do filme nas salas, mas estes acabaram por dar razão ao realizador já que o filme reflecte rigorosamente uma realidade social da população do Rio de Janeiro. No entanto, é um retrato duro e violento da sociedade carioca, numa história intensa, realista em que não há bons nem maus, mas antes se expôem claramente a corrupção e a violência, mostrando mesmo execuções sumárias e torturas executadas pela policia, para obter denúncias e testemunhos. Enquanto se discutia nos tribunais o lançamento do filme nas salas, parece ter havido uma propositada forma alternativa de distribuição, com a venda de milhares de cópias piratas de grande qualidade, tentado combater qualquer forma de censura e fazendo chegar o filme ao público. José Padilha, além de realizador de vários documentários premiados dirigiu também o magnífico Onibus 174, mais um dos seus trabalhos de ficção baseado na realidade carioca, sobre um sequestrador de um autocarro em pleno Rio de Janeiro.

Thursday, December 13, 2007

PENSAMENTO DO DIA (4)


"Ontem é passado, amanhã é futuro.
Hoje é uma dádiva, por isso chama-se PRESENTE.
E talvez poucos de nós o vivam".

Sunday, December 09, 2007

AMOR VERDADEIRO


Foi só neste fim-de-semana de Cimeira União Europeia-África, em que circular em Lisboa, não foi nada fácil que fui finalmente ao cinema ver o Uma História de Encantar. Se alguém tivesse tido a ideia de fechar todos os líderes africanos e europeus, numa sala de cinema a ver o filme da Disney, certamente ajudaria mais para um mundo melhor (um mundo real onde os amante nunca acabam felizes para sempre!) do que o duro sermão que a Sra. Merkl, deu a Robert Mugabe. Saí de Uma História de Encantar enternecido pois o filme é soberbo e coloco-o na minha lista dos grandes candidatos ao melhor do ano. Além disso foi bom e nostálgico poder recordar grandes momentos de cinema e uma tradição que tanto admiro na Disney, com as muitas referências à história e a alguns dos filmes mais míticos desde, A Bela e o Monstro, Cinderela, ao seu maior êxito de sempre: Branca de Neve e os Sete Anões. Efectivamente Uma História de Encantar é uma espécie de Branca de Neve … numa versão para o século XXI, onde o rico imaginário da Disney é transportado intencionalmente para o mundo real e para Nova Iorque nos dias de hoje, transformando-se numa maravilhosa fantasia, que saboreamos do inicio ao fim com um sorriso nos lábios. Uma História de Encantar é a fantasia perfeita para este tempo de Natal, que não procura como é habitual a estupidificação do público, mas antes fornecer-lhe profundas emoções, porque é cinema a sério onde as canções, os beijos, os momentos românticos, (Amy Adams e Patrick Dempsey são perferitos) entram no tempo certo. Além disso é um filme inspirador e uma magnífica história de amor verdadeiro, para todas as idades.

AMOR A MEIAS…VERDADES

EN LA CAMA (IN BED)
Um clip do filme de Matias Bize (Chile), com Blanca Lewin e Gonzalo Valenzuela. Música: Supernova – ‘Herida...en la cama’.



Na Cama…o lugar onde amamos, sonhamos - e onde atraiçoamos e somos também por vezes atraiçoados. Esta é a história de dois estranhos que se amam intensamente, que se afeiçoam, e que se traem mutuamente – tornando-se íntimos, encontrando o amor e perdendo-o em apenas uma noite passageira na cama. Num quarto de um motel de estrada, Daniela e Bruno passam a uma noite juntos literalmente ‘fodendo’. Apenas se conheceram há algumas horas atrás num café por intermédio de amigos comuns. Os dois estranhos fazem amor até à exaustão e intensidade e vão contando pelo meio as suas histórias de vida um ao outro, quando ele e ela se preparam para nova investida. Daniela e Bruno ficam a conhecer-se numa noite apenas, porque há neles muita coisa em comum: memórias e sonhos, verdades e mentiras, medos e desejos, traições e afectos, amor e ódio, sentimentos que estão intimamente ligados nessa noite de amor. Por detrás das palavras das meias-verdades, das confissões, os dois amantes tornam-se íntimos, mas à luz do amanhecer, esta intimidade vai fazer parte do passado, e cada um vai à sua vida.


OS 50 MELHORES PROGRAMAS DE TELEVISÃO

OS PROGRAMAS DE TELEVISÃO
DE JOSÉ VIEIRA MENDES

Jornalista, ex-director e editor-chefe da malograda revista de cinema Premiere, diz-nos que cresceu com a televisão e fala-nos sobre os programas que mais o marcaram ao longo da vida.

http://videos.sapo.pt/rry0RroPj830pQLvTgwa

Wednesday, December 05, 2007

HÁ PORTAS...


Há portas
que é melhor
fechar
para sempre

Há portas
que é melhor
não abrir
nunca

in 'Caderno' de Adília Lopes

O HOMEM DAS MOTOS




'Adoro ouvir o barulho do motor a noventa quilómetros por hora, enquanto absorvo o ar e a paisagem. Vou perdendo os detalhes, embora deslize a uma velocidade moderada, mas vou ganhando em percepção. Quando acelero até aos cento e vinte, na Salisbury Plain, sinto que a terra se vai moldando debaixo de mi. (…) A terra parece ganhar vida ondulando e mexendo-se dos lados como o mar. É o melhor da velocidade. Poderia escrever páginas inteiras sobre o prazer da velocidade'.

de Thomas Edward Lawrence (Lawrence da Arábia).

PENSAMENTO DO DIA (3)


A vida
é luta
e eu gosto
assim

Só da luta
da noite
com o dia
nasce
o dia

Só da luta
do dia
com a noite
nasce
a noite


in 'Caderno', de Adília Lopes

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