MOURINHO DA CULTURA

Saturday, February 16, 2008

PARA UMA (NOVA) CULTURA CINEMATOGRÁFICA




…o cinema entrou definitivamente nos hábitos de consumo mais comuns..

Conta-se, — ou terá ela mesmo comentado, — que Susan Sontag, a grande ensaísta recentemente falecida, sempre muito crítica em relação à cultura norte-americana, um dia encontrou Wim Wenders numa rua de Los Angeles, — o que não é nada fácil, garanto-vos, pois quase toda a gente anda de carro — e perguntou-lhe o que fazia um homem tão culto num país onde praticamente não havia cultura. Ao que o realizador alemão, um apaixonado pela América e pelos ícones da cultura pop americana, respondeu não haver maior felicidade que a de viver num mundo sem cultura. A verdade é que foi a cultura americana, quer Sontag quisesse, quer não, a construir, no início do século passado, uma grande indústria de cinema. Esta indústria entretanto globalizou-se, sem sequer pensar que se estava a produzir cultura. Ao passo que nós, os europeus, os cultos, estamos agora a tentar aos poucos, construir uma pequena indústria de cinema. Há pouco mais de duas décadas, ainda se defendia incessantemente aqui que tudo era cultura: comer, beber, fazer amor ou, em última instância, produzir ou realizar um filme de autor, era uma questão de cultura. Na mentalidade comum americana, a cultura está por todo o lado e em sítio nenhum, aliás como acontece com o vírus da Sida, o sexo, ou o terrorismo. A verdade é que os grandes jornais norte-americanos nunca tiveram grandes secções especializadas nem em cultura, nem em cinema. Para chamar à atenção dos leitores de uma notícia de cultura, bastava-lhes separá-la com um simples filete. E aí está uma forma como eles tratam a cultura!

É comum falar-se agora de uma certa infantilização do público e da decadência dos filmes de Hollywood, curiosamente uma indústria que além de saber muito de cinema, aprendeu a conhecer bem os hábitos dos seus espectadores, ao ponto de ajudar a alterar comportamentos e hábitos de consumo, nesta sociedade planetária. Qualquer indivíduo mais culto, continua a querer ver os filmes americanos, como via os clássicos do cinema, ou os ensaios da nouvelle vague, isto é, olhando-os através de códigos literários e filosóficos, ou na expectativa de lhes trazerem tanta profundidade e complexidade, como um romance de William Faulkner, de Marguerite Duras ou do António Lobo Antunes. Esta cinefilia já quase passou à história. A celebração colectiva de ir ao cinema sem escolher antecipadamente os filmes — por vezes até muito maus, e quase sempre apoiados na espectacularidade dos efeitos especiais — participada em geral pelos mais jovens, é, ao contrário do que se possa imaginar, não um sinal de ignorância ou desinteresse intelectual, mas antes um verdadeiro acto de cultura. Não podemos menosprezar os miúdos, já que eles conseguem algo ao qual nós os adultos, mais ‘cultos’ nunca conseguiremos dar valor, ou seja, ver um filme apenas pelo duplo prazer da imagem e do som, sem ficar na expectativa de receber grandes mensagens, estímulos morais ou intelectuais, apenas como puro entretenimento, para passar um bom bocado, dar umas gargalhadas e lançar umas bocas, com uma saqueta de pipocas ao colo e uma Coca-Cola na mão. Quando a sessão terminar, há ainda a possibilidade de dar uma volta pelo centro comercial, comer um hamburguer e ver as montras, como mais um reflexo desta sociedade de consumo. Assim, e sem qualquer investimento intelectual que se justifique, a ‘arte cinematográfica’ ou antes o cinema, entrou definitivamente nos hábitos de consumo mais comuns, tornando cada dia “um domingo da vida” de todos. E digam-me lá se isto não é cultura!

José Vieira Mendes, jornalista
Ex-Director da PREMIERE-A Revista de Cinema

O CINEASTA DO ‘SISTEMA’




Apesar da minha admiração como cinéfilo (e crítico) pela cinematografia do António-Pedro Vasconcelos (APV) e a minha estima pessoal, que nos tem levado a trocar uns e-mails e inclusive a combinarmos um ‘petisco’ para breve, para falarmos de cinema e do ‘nosso’ Benfica, não posso deixar passar em claro algumas considerações que o APV fez na sua última crónica Das Duas, Uma de 02/02/08, (aliás recorrentes de alguns comentários menos agradáveis que aqui já teceu e no Expresso da Meia-Noite da SIC) sobre a crítica cinematográfica e o seu envolvimento no sistema de Apoio à Criação Cinematográfica.
Já há dias respondi no Público ao Dr. Rui Moreira, ilustre figura do Porto e do mundo do futebol, que se permitiu em duas crónicas dar também uns ‘bitaites’, sobre o sistema de apoio ao cinema português e à crítica cinematográfica, chamando-a de ‘batoteiros’, diria, ‘emprenhando pelos ouvidos’, do seu companheiro do Trio de Ataque.
Quanto ao APV, sinceramente não entendo porque critica tanto o ‘sistema’ (um termo que advém certamente do vocabulário futebolístico, ‘a culpa é do sistema’…) já que fez todos os seus filmes (e são muitos para a maioria dos realizadores portugueses), inclusive Call Girl, ao abrigo do sistema de Apoio de à Criação Cinematográfica, que o Estado criou há mais de três décadas, através dos vários Institutos de Cinema e a que APV chama de um ‘parasitismo tenaz’;
APV refere ainda, de uma forma um pouco grosseira, que esta política se alicerçou ‘num sistema de júris, onde têm assento críticos de cinema e criaturas afins’. Além da Lei do Cinema e dos critérios de avaliação do Regulamento de Apoio à Actividade Cinematográfica, não darem qualquer hipótese ao favorecimento de um projecto ou de um filme específico, os júris têm sido constituídos há vários anos por personalidades de renome do meio cultural e do audiovisual inclusive por realizadores, e não exclusivamente por críticos cinematográficos. Tomando como exemplo a Bolsa de Júris de 2007, cujos nomes e CV estão no sitio do ICA (www.ica-ip.pt), e não vou os citar como o fez APV precedentemente numa das suas crónicas, onde figurava também o meu nome, estão: Professores Universitários e Ensaístas (8) da área do cinema e audiovisual, Realizadores (2), Directores e Organizadores de Festivais (3), Gestor de Artes (1) e cinco críticos, onde pessoalmente me incluo, além do historiador do cinema, José Matos Cruz, que já há muito não exerce a actividade, e a Teresa Nicolau e o João Garção Borges, os dois responsáveis pelo programa Bastidores, que são mais ‘divulgadores’ e não exercem crítica directamente, em representação da RTP.
Sobre a possibilidade ou não de uma indústria cinematográfica a discussão seria longa e o espaço curto para desenvolver o tema como o faz APV tão levianamente, pois Portugal pode e deve efectivamente manter uma actividade criativa e rentável no audiovisual, mas para já é difícil pensar numa verdadeira indústria, quanto mais não seja por uma questão de mercado. De qualquer modo, Manoel de Oliveira não sendo ‘rentável’ é ainda um dos nossos patrimónios. Esta é uma discussão que podemos ter noutras circunstâncias!
Uma coisa é certa, se efectivamente este ‘ciclo vicioso’ e este sistema vigoram desde o 25 de Abril, o APV para além de ter feito uma longa carreira de cineasta dentro do tal ‘sistema’ que criou um ‘parasitismo tenaz’, foi na década de 90, uma das pessoas mais poderosas do audiovisual em Portugal, ao desempenhar cargos públicos como Presidente da Comissão do Livro Verde para o Audiovisual da CE, presidente do Secretariado Nacional para o Audiovisual, Presidente da Associação Scale do Programa Media da CE, e ao que conste, não deixou grande herança ou medidas para modificar todo este sistema, embora se lhe reconheça sempre uma grande intervenção como Presidente da ARCA-Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisual (uma das duas associações que passam a vida a digladiar-se e a discutir o ‘sexo dos anjos’, ou seja, se o cinema português deve ser arte ou indústria). Além de, em meu entender (e não de toda a crítica), APV tem uma obra cinematográfica de referência que, infelizmente, nunca circulou sequer muito, será talvez preciso encontrar a causa, pela ‘miríade de pequenos festivais espalhados pelo mundo’.

José Vieira Mendes
Jornalista e crítico de cinema
Membro da Bolsa de Jurados do ICA 2007

In Sol de 09/02/08

TELEVISÃO PÚBLICA VS. TELEVISÃO PRIVADA




Uma nova televisão em Portugal será a boa surpresa de 2008…

As novas ‘medidas revolucionárias’ anunciadas recentemente pelo Presidente Sarkozy, e em particular para o audiovisual, prevêem uma revolução cultural no serviço público de televisão. Sarkozy defende a supressão total da publicidade nos canais públicos, sugerindo que estes passem a ser financiados por taxas mínimas impostas às receitas publicitárias, geradas pelos canais privados e pelos novos meios de comunicação social. Em Portugal, estamos face a uma profunda crise no mercado publicitário, ao mesmo tempo que está para breve o aparecimento de um novo canal generalista e novas plataformas de televisão. O princípio fundamental defendido por Sarkozy, que ‘se a televisão pública funciona como as privadas, não vejo qual é o interesse de ter uma televisão pública’, retoma um tema quente no actual contexto da televisão em Portugal.

Nesta euforia das transferências para os lugares de decisão e dos “artistas” mais populares, tem-se insistido (e protagonizado na figura do Nuno Santos que entretanto se mudou para a concorrência) na subida de audiências da RTP em 2007, em relação à queda imparável da SIC. Em primeiro lugar, fazer televisão é um trabalho de equipa, em segundo, a SIC foi durante quase uma década a líder de audiências e a pioneira de uma nova fórmula de fazer televisão em Portugal. Formou grandes profissionais, como o seu actual director de programas, e criou ainda a SIC Notícias, até há pouco líder de audiências no cabo. No seu conjunto, todos os canais da SIC têm “boas audiências” e conteúdos muito bem dirigidos. A crise da SIC generalista parece ter-se acentuado com a crise de receitas de publicidade e daí algum desespero em relação às audiências. De facto, não se pode fazer omeletas sem ovos. E aqui, ficou a RTP a ganhar ao contratar na concorrência e ter sabido transportar em parte, para o serviço público, o modelo SIC. É verdade que a RTP conseguiu subir nas audiências, mas conseguiu-o por se tornar numa herdeira da SIC. A RTP pode não ter a agilidade, mas tem meios e recursos que os canais privados não têm. A grande novidade da SIC, quando foi líder de audiências, assentava em conciliar os gostos e necessidades das classes altas, graças a uma informação rigorosa, com o protagonismo dado ao cidadão comum, em programas de natureza social e de entretenimento. No fundo, foi tudo aquilo em que a RTP apostou, porém com algumas mudanças visíveis. Seja como for, a SIC continua a ser a melhor escola de televisão dos últimos anos, seja ela generalista ou temática e começou já a fazer os seus estragos no mercado.

A televisão generalista em Portugal tem perdido fôlego com vantagem para o cabo, instalando-se em todos os canais um cinzentismo em termos de criatividade e de programação, pouco apelativo à publicidade e aos espectadores mais cultos e exigentes. Quando os analistas e patrões dos media dizem que não há mercado publicitário para um novo canal de televisão, discordo em absoluto. Uma nova televisão em Portugal será a boa surpresa de 2008 se conseguir dar um abanão ao actual panorama, abrindo portas à criatividade, ao emprego e mais espaço para os autores, artistas e técnicos. Como defensor de uma televisão pública (no sentido estrito e clássico de educar, informar e entreter) neste contexto, este modelo de financiamento público, de uma televisão suportada pelo Estado e pela publicidade, já não parece de todo o mais adequado, pelo seu carácter mercantilista e dependente das audiências.

José Vieira Mendes, Jornalista
Ex-Director da PREMIERE-A Revista de Cinema

In Sol, 02/02/08

Friday, February 15, 2008

EU SOU UM BOY


A propósito do artigo de opinião do Dr. Rui Moreira, intitulado A Revolta dos Boys, venho por este meio afirmar que sou um dos boys a que ele se refere. Nada tenho contra, os comerciantes por que sou filho de um comerciante, nem contra os comentadores de futebol, aliás sou grande adepto dos dois maiores espectáculos do mundo: cinema e futebol; apesar de ter uma enorme admiração intelectual e amizade pelo Augusto M. Seabra, não me identifico em muitos aspectos com a sua visão de cinema e acho que ele há muito tempo não representa a opinião geral da crítica cinematográfica. E por isso não vejo razão para o Dr. Rui Moreira pôr tudo no mesmo saco e inclusive nos chamar ‘batoteiros’ e fazer muitas considerações levianas de um mercado que se vê conhece apenas por fora. Sou efectivamente um dos boys ou dos críticos que tem assento nos júris. A propósito, escrevi e espero publicação no Público de um artigo de opinião, sobre alguns tábus em relação ao Cinema Português, regozijando-me pelos 100.000 espectadores que o Call Girl já fez nas salas. Ora bem em primeiro lugar a Bolsa de Júrados do ICA-Instituto de Cinema e Audiovisual é constituído por diversas personalidades de destaque e não só por críticos cinematográficos. Lugar esse, a que o Dr. Rui Moreira se pode candidatar, mas não sem antes ler a Lei do Cinema e a Regulamentação de Apoio à Criação Cinematográfica, e tirar todas as dúvidas relativamente aos critérios com que os membros do júri têm que se reger e que eliminam qualquer probabilidade de batota ou interferência directa na selecção deste ou daquele filme. Por ultimo, regozijo-me também pelo Dr. Rui Moreira ter gostado muito do filme alemão, As Vidas dos Outros, o que demonstra nele uma certa cultura cinematográfica e não só de filmes americanos. Mas apenas por mera curiosidade, As Vidas dos Outros, fez apenas e apesar de ser um grande filme, apenas 15.000 espectadores nas salas portuguesas em 2007, o que é sensivelmente o que faz em media um filme português, como é o caso de O Mistério da Estrada de Sintra que andou pelos 12.000 espectadores. Portanto algo se passa mas a culpa não é dos críticos, nem só do cinema português.

José Vieira Mendes, jornalista, crítico, membro da Bolsa de Jurados do Instituto de Cinema e Audiovisual

In Público, 17/01/08

Tuesday, February 05, 2008

‘HEIMA’, BY SIGUR RÓS: UMA PINTURA MUSICAL


Começo por dizer que não sou um fã incondicional dos Sigur Rós e aliás há já alguns anos que não acompanhava a música da banda islandesa. A Islândia, um país algo esquecido na Europa da cultura, tem curiosamente dado grandes lições de criatividade ao conjugar a tradição com a modernidade, talvez porque seja também num dos melhores países do mundo para se viver e ter o índice de desenvolvimento humano mais elevado do mundo, associado à alta qualidade de vida da sua população.
Esta visão tem tido particular destaque na música alternativa com os Sigur Rós, os Sugarcubes e, evidentemente com Bjork, um grande símbolo da pequena ilha, aparentemente perdida nos mares da Escandinávia, cuja população era, em Julho de 2007, de 311.396 habitantes. No turbilhão de lançamentos de cinema e DVD de filmes, ao qual como estou mais ligado, não fosse aqui o meu amigo Helder Aranha do Santiago Alquimista, passar-me-ia despercebida esta edição do primeiro filme dos Sigur Rós intitulado HEIMA (quer dizer EM CASA), realizado curiosamente por um homem da animação, o canadiano Dean Deblois, que dirigiu Lilo & Stitch.

REGRESSO A CASA
Heima é um inspirado e nostálgico registo documental e não um verdadeiro DVD musical na sua essência. Talvez por isso se possa desfrutar mais dele, para além da música, de um olhar cinéfilo, diferente dos registos dos concertos ao vivo que, normalmente, constituem os DVD musicais. Depois de passarem mais de um ano promovendo por todo o mundo o seu último álbum Takk, os Sigur Rós marcaram o seu regresso a casa realizando uma série de quinze concertos gratuitos por toda a Islândia, numa verdadeira acção de descentralização cultural e de agradecimento ao seu povo e à inspiração dada pelo seu país e cultura, que os tornaram internacionalmente famosos. Por isso, em Heima poderemos ver partes do faustoso concerto final, em Reykjavík, mas também excertos de concertos em espaços naturais e desérticos, em desactivadas fábricas de peixe ou em locais completamente improváveis, alguns deles acústicos e sem recurso a equipamentos de amplificação do som, sempre intercalados por depoimentos dos elementos do grupo. Um desses locais míticos é, por exemplo, horseshoe canyon em Ásbyrgi, onde, segundo reza a lenda, está a impressão da pata do cavalo de Odin. É efectivamente nestas pequenas magias das paisagens verdes, frias e ventosas da Islândia, dos sons telúricos dos glaciares, dos céus cinzentos onde voam papagaios de papel, das praias de águas escuras e de areias negras e vulcânicas onde brincam crianças, que se inspira Heima, um filme que alia as suas belas imagens à música, ora de cariz épico, ora de cariz intimista dos Sigur Rós, música essa que está imbuída da cultura local, numa simbiose perfeita, com pormenorizadas estilizações cénicas de realização e produção vídeo. Este excelente documentário é ainda uma espécie de colectânea, já que se podem ouvir temas dos quatro álbuns dos Sigur Rós, bem como, outros inspirados momentos, de relação dos músicos com o seu povo, com as culturas locais, os coros, as bandas de música e principalmente com o rimur, uma forma tradicional de cantar islandesa de origem viking.



ATÉ OS AVÓS GOSTAM
Que influência poderá ter na música o lugar onde nasceu e vive um grupo tão heterogéneo de pessoas, que formam uma banda tão sui generis? No caso dos Sigur Rós estes elementos são decisivos na sua criação musical. Ao visionarmos este extraordinário documentário apercebemo-nos de quanto a música dos Sigur Rós se integra perfeitamente na cultura e na paisagem islandesa, mas ao mesmo tempo nas raízes europeias e, nórdicas ou não, arrisco ao encontrar um um pouco da nostalgia portuguesa, que inspira entre outros, os cantares alentejanos e mesmo o fado. Há qualquer coisa de tão longe e de tão próximo de nós no conceito musical dos Sigur Rós...
Durante o filme, vamos descobrindo paisagens enormes de uma beleza indescritível, as reflexões dos músicos sobre o seu país de origem do qual eles tiram toda a inspiração para a sua música, um país, que segundo um deles, ‘tem coisas que já são raras hoje em dia’. Vamos descobrindo ainda as suas magníficas actuações em aldeias e locais recônditos, como no planalto mais alto da Europa, agora coberto pelas águas de uma barragem. Uma das coisas mais interessantes do filme, é como nos concertos dos Sigur Rós consegue-se juntar toda a gente, desde os avós às crianças de mais tenra idade, numa harmonia perfeita, e todos apreciando o prazer do som e dos ambientes naturais, negando a ideia de que um certo tipo de música alternativa é destinado apenas a um grupo muito restrito de pessoas ou apropriado só a determinados locais.

PINTURA MUSICAL
O filme culmina com um histórico climax documental e fortemente visual do tema Untitled 8 interpretado ao vivo no grande concerto final de Reykjavik. A emoção é arrepiante deixando-nos pregados ao sofá como se observássemos uma obra de arte e ao mesmo tempo numa experiência sensorial que parece transportar-nos a mil lugares ou a viver mil sensações. Na verdade não conhecia muito bem esta banda islandesa. Mas, depois de ver o DVD, é impossível não ficar apaixonado pela a sua música e por um país que definitivamente ficou na lista dos meus próximos périplos.

Disco 1: Filme com 97 minutos sobre a tour que a banda fez na Islândia em 2006/2007. Audio in DTS 5.1, Dolby Digital 5.1 surround sound and PCM stereo. Inclui comentários do manager John Best.

Disco 2: Bonus footage
As versões completas de todas as canções do filme. Entre as várias performances exclusivas inclui ainda a performance do novo tema "Heima". Audio in DTS 5.1, Dolby Digital 5.1 surround sound and PCM.

Inclui ainda outros extras como um documentário e uma galeria de fotos da tour e ainda algumas notas sobre a produção.

In ‘Introduzindo Heima’, a film by Sigur Rós, apresentação a 02/02/2008, no Santiago Alquimista,

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